No mês das mulheres, ISPN lança caderno de experiências e resultados sobre projetos apoiados pelo Fundo PPP-ECOS liderados por mulheres de povos indígenas, povos e comunidades tradicionais e agricultoras familiares na Amazônia Legal
“Os projetos são ferramentas poderosas para desafiar desigualdades de gênero”, comenta a assessora técnica do ISPN Juliana Napolitano, uma das organizadoras da publicação “Semeando futuros e colhendo aprendizados junto a projetos socioambientais desenvolvidos por mulheres”. Esta é a primeira publicação com recorte de gênero em que o ISPN teve a oportunidade de aprofundar o entendimento sobre as características, resultados e impactos dos projetos PPP-ECOS, apoiados com recursos do Fundo Amazônia, na vida das mulheres e de suas comunidades.
A publicação, também conta com a colaboração da assessora técnica do ISPN, Isabella Ferreira, e autoria da especialista em estudos de gênero, Ariane Favareto, além da revisão e contribuições de outras mulheres da equipe técnica do Instituto, como a jornalista indígena Andreza Baré.
Ao aprofundar o olhar sobre as características e particularidades dos desafios existentes na realidade das mulheres do campo e das florestas, o estudo é uma porta aberta para que as experiências relatadas inspirem outros projetos e iniciativas que pensem o protagonismo feminino como vetor para o desenvolvimento de iniciativas econômicas que conservam a biodiversidade e valorizam os conhecimentos tradicionais de uso e manejo do solo.
Ao todo, foram estudados 23 projetos localizados na Amazônia Legal, nos estados do Tocantins, Maranhão e Mato Grosso. Eles retratam, por exemplo, experiências de beneficiamento de produtos da sociobiodiversidade, como o babaçu, pequi e mangaba, que permitem maior autonomia para mulheres na produção, gerando renda e mais independência em suas vidas cotidianas e familiares.
Para a construção do caderno, além do estudo, o ISPN realizou uma oficina em maio de 2023, reunindo os projetos de mulheres apoiados pelo Fundo PPP-ECOS por meio do Programa Amazônia e Programa Cerrado e Caatinga da organização. A ocasião pôde proporcionar mais debates e troca de experiências e aprendizados para a construção do estudo, além de ter sido um momento de acolhimento e inspiração para as indígenas, quilombolas, agricultoras familiares e tantas outras representantes de povos e comunidades tradicionais apoiadas pelo PPP-ECOS.
“Para o ISPN, a realização do estudo e de uma oficina focados nestas iniciativas foi um marco, uma vez que aponta caminhos para aumentar e melhorar nossos financiamentos a projetos de mulheres. O resultado deste processo mostrou que os empreendimentos de mulheres geram resultados que vão muito além daqueles previstos, já que, ao propiciar que as mulheres se reúnam, construam seus planos comunitários, permitem também que elas tracem seus caminhos para uma maior autonomia e protagonismo na busca por reconhecimento e políticas públicas”, destacou Napolitano.
“Semeando futuros e colhendo aprendizados junto a projetos socioambientais desenvolvido por mulheres” recebeu o apoio do Fundo Amazônia e pode ser baixado aqui.