Foram selecionados 62 novos bolsistas que receberão os benefícios do programa a partir de abril de 2023.
O Programa Indígena de Permanência e Oportunidades na Universidade – PIPOU torna público, hoje, sexta-feira, 24/03/2023, o resultado final do processo seletivo do Edital 2022-2023. Foram selecionados 62 novos bolsistas que a partir de abril já receberão auxílio financeiro de 1 mil reais mensais, um computador portátil, além de fazer parte das atividades formativas extracurriculares e pedagógicas da iniciativa.
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O PIPOU visa contribuir para a permanência exitosa de estudantes indígenas no ensino superior a fim de superar as inúmeras dificuldades enfrentadas, como a carência de recursos financeiros, ausência de acolhimento acadêmico, desafios pedagógicos no estudo das disciplinas, dentre outros. Tais obstáculos são fatores que aumentam a desistência de cursar uma graduação até o fim. O primeiro edital do programa foi lançado em 2021, como iniciativa piloto e foi direcionado especificamente para cinco povos/terras indígenas com os quais a Vale mantém relacionamento. Já o Edital 2022-2023 ampliou o número de vagas para estudantes de outros povos do Brasil desde que matriculados em uma das 27 Instituições de Ensino Superior- IES listadas no Anexo 1 do edital.
O processo seletivo e o perfil dos/as selecionados/as
Os principais requisitos para concorrer ao presente edital foram: ser estudante indígena de graduação; ter ingressado nos anos 2021 e 2022; estar matriculado numa das 27 Instituições de Ensino Superior listadas; não possuir vínculo empregatício; e estar na primeira graduação. Das 62 bolsas ofertadas, 18 foram destinadas aos povos com os quais a Vale se relaciona. Os novos bolsistas se somam aos 38 que já estão no programa, totalizando 100 estudantes beneficiados pelo PIPOU.
Conforme o edital, a seleção contou com três etapas, sendo a primeira dedicada à análise da documentação enviada para homologação das inscrições; a segunda tratou da análise das redações que foram apresentadas no ato da inscrição e a terceira, a entrevista. Nas duas últimas etapas observou-se respectivamente a trajetória de vida do/a estudante até a chegada na universidade e o seu envolvimento com relação ao seu curso de graduação e seu povo/comunidade.
As mulheres representam a maioria dos aprovados com cerca de 60%. Há uma grande diversidade de povos indígenas representados por meio desses/as selecionados/as, sendo alguns destes: Kariri-Xokó, Tukano, Kayapó, Desana, Gavião, Marubo, Baré, Potiguara, Munduruku, Wai-Wai, Arapium, Pankararu, Terena, Galibi-Marworno e Tikuna. Os 62 estudantes são acadêmicos de 16 IES de norte a sul do país, e estão em cursos como: Medicina, Farmácia, Ciências Sociais, Licenciatura Intercultural, Gestão Ambiental, Psicologia, Letras, Geografia, Enfermagem, Direito, Ciências da Natureza, História, Ciência Política, Engenharia de Redes e Comunicação, Engenharia Ambiental, Educação do Campo, Agronomia, dentre outros.
Para o coordenador do Programa Povos Indígenas do ISPN, João Guilherme Nunes Cruz, o processo seletivo demonstrou o quão importante são as iniciativas de permanência como o PIPOU. “A necessidade é grande e embora não consigamos atender a todos que se inscreveram, esperamos que a contribuição desses novos estudantes faça a diferença nas suas trajetórias acadêmicas para que futuramente estejam mais preparados para lutar pela melhoria da qualidade de vida das suas comunidades”, afirmou o coordenador.
Saiba mais sobre o PIPOU
Fruto da parceria entre o ISPN e a Vale, o PIPOU estrutura a sua gestão por meio de um Colegiado composto por dois representantes do movimento indígena brasileiro, dois professores de universidades públicas, dois representantes dos estudantes indígenas, dois representantes do ISPN e dois representantes da Vale. A execução técnica do programa cabe ao ISPN que articula todas as instâncias envolvidas para realizar a iniciativa de forma exitosa. Além do recurso financeiro e computador, as atividades extracurriculares e pedagógicas oferecem um complemento na formação acadêmica e política dos/das bolsistas enquanto jovens lideranças indígenas. Dentre elas estão as Rodas de Conversas que acontecem mensalmente e via plataforma online. Nessas ocasiões são convidados/as importantes nomes do movimento indígena e do indigenismo brasileiro que abordam temáticas pertinentes à causa. Já passaram pelas Rodas de Conversa Rita Potyguara, Ailton Krenak, Alberto Terena, Gersem Baniwa, Felipe Tuxá, Kleber Karipuna e Braulina Baniwa.
Serviço
Divulgação da lista de selecionados/as no Edital 2022-2023 do Programa PIPOU