Território tradicional mapeado. Foto: Acervo ISPN/Eduardo Rodrigues

Território tradicional mapeado. Foto: Acervo ISPN/Eduardo Rodrigues

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ISPN apresenta iniciativa Tô no Mapa em congresso internacional no Panamá

Na oportunidade, participantes puderam conhecer um pouco da sociobiodiversidade do Cerrado,

num contexto internacional que geralmente olha só para a Amazônia

 

O assessor em governança do ISPN, Bruno Tarin, levou a iniciativa Tô no Mapa ao Congresso Internacional de Pesquisa e Inovação em Sustentabilidade (SRI) na Cidade do Panamá, nesta segunda-feira (26).  “A perspectiva é construir a sustentabilidade junto dos povos e valorizar o Brasil e o bioma Cerrado na comunidade global da sustentabilidade”, destacou Tarin.

O evento segue até o dia 30 deste mês e reúne mais de dois mil participantes, entre líderes globais, especialistas governamentais e da sociedade civil, e financiadores. Trata-se de  uma iniciativa conjunta da Future Earth e do Belmont Forum, que valoriza conhecimentos diversificados sobre sustentabilidade, proporciona plataforma para compartilhar ideias inovadoras e cria espaço inclusivo para colaboração e ação. 

A participação do ISPN se deu na mesa “A coprodução de conhecimentos e mundos no Antropoceno: A perspectiva do Cone Sul”, ao lado de iniciativas socioambientais da Argentina e do Chile, além de uma outra brasileira, levada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação.

Todos os projetos e ações apresentados no congresso buscam trazer soluções para a emergência climática por meio do diálogo de saberes entre a sociedade civil organizada, comunidades e governos, com o objetivo de coproduzir conhecimento e gerar transformação socioambiental, com interface entre a ciência e a política.

O assessor de governança do ISPN, Bruno Tarin, apresenta Tô no Mapa no SRI2023. Foto: Acervo pessoal

Na sua vez, Bruno Tarin mostrou como o aplicativo Tô no Mapa pode servir de ponte para a construção de conhecimento sobre os povos, comunidades tradicionais e agricultores familiares, a partir do protagonismo deles mesmos, posto que o aplicativo é uma ferramenta de autoidentificação. Essa modalidade está prevista na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e na Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais (Decreto 6.040/2007).

“Está sendo uma boa oportunidade para falar sobre a diversidade de povos que estão no bioma Cerrado, num cenário internacional que geralmente olha só para a Amazônia. Mostrei como o Cerrado é uma savana super biodiversa mas também super sociodiversa: são vários os povos se identificando e cadastrando os seus territórios no mapa do aplicativo”, contou Bruno Tarin.

O assessor do ISPN destacou o viés de descolonização e socioambientalismo do congresso, “com atores muito interessantes, como uma mesa com indígenas da etnia Kaingang do Sul do Brasil e de outras etnias latinoamericanas”. 

Bruno Tarin é Doutor em Comunicação e Cultura pela UFRJ e viajou com uma bolsa do Future Earth, organização internacional do terceiro setor que reúne cientistas e pesquisadores em prol de um futuro mais sustentável. 

TÔ NO MAPA

O Tô no Mapa é um aplicativo de celular desenvolvido para que povos, comunidades tradicionais e agricultores familiares brasileiros realizem o automapeamento de seus territórios. É uma ferramenta acessível e gratuita, construída a partir do diálogo entre diversas comunidades e organizações sociais, que serve de instrumento político ao fortalecer a luta por direitos territoriais ainda não reconhecidos. O Tô no Mapa é uma iniciativa do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) junto ao ISPN e à Rede Cerrado, em parceria com o Instituto Cerrados.

A ferramenta está disponível para download em celulares Android e iOS.

 

Texto: Letícia Verdi/Ascom ISPN

Foto: Eduardo Rodrigues/Acervo ISPN

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