Representantes da Associação de Mulheres Extrativistas Babaçu é Vida apresentam sobre o projeto da organização durante a oficina em Imperatriz.
Representantes da Associação de Mulheres Extrativistas Babaçu é Vida apresentam sobre o projeto da organização durante a oficina em Imperatriz.
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Fundo Ecos reúne 32 organizações comunitárias para oficina sobre gestão de projetos ecossociais
Realizado entre 11 e 13 de março, o evento presencial em Imperatriz (MA) e Palmas (TO) abordou planejamento, prestação de contas e comunicação de iniciativas com foco em mulheres e jovens
Representantes de 32 organizações comunitárias participaram da Oficina Inicial de Planejamento e Gestão de Projetos em Imperatriz (MA) e Palmas (TO), entre os dias 11 e 13 de março. Realizada pelo Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), o evento aconteceu de maneira simultânea nas duas cidades e abordou planejamento, prestação de contas e comunicação para gestão de projetos ecossociais.
As organizações presentes tiveram projetos selecionados nos editais 38 e 39 do Fundo Ecos, com foco na inclusão socioprodutiva de mulheres e jovens em contexto de educação no campo, sendo liderados por quebradeiras de coco babaçu, agricultores familiares, assentados da reforma agrária, associações indígenas, Escolas Família Agrícolas (EFAs), Casas Familiares Rurais (CFRs) e sindicatos de trabalhadores rurais. Em Palmas, a oficina reuniu dez organizações comunitárias. Já em Imperatriz, foram 22. No final de março, outras 19 organizações estarão em Brasília para participação de mais uma oficina, somente para os projetos do edital 39.
Contemplada no edital 39, a Associação de Mulheres Extrativistas Babaçu é Vida, com sede no povoado Cajueiro, em São Mateus do Maranhão, trabalha com o processamento do babaçu, extraindo azeite e óleo, produzindo sabão, sabonete, bolos e biscoitos. Com 15 mulheres associadas, é a primeira vez que a organização acessa um edital do Fundo Ecos. “Vendo as experiências de outras organizações, que sonham como a gente sonha, a gente enriquece o nosso trabalho e volta para a casa com a energia e alma renovadas”, comenta a presidente da associação, Nanuzia Silva, que participou da oficina em Imperatriz.
No Tocantins, o projeto da Associação de Mulheres Agroextrativistas do Cantão (AMA Cantão) tem como objetivo construir uma cozinha comunitária para as mulheres que vivem das frutas do Cerrado. Representantes da organização presentes na oficina em Palmas afirmaram que estavam com receio de não conseguirem executar o projeto. “Mas, nessa oficina, percebemos ser possível, já que tudo foi passado de uma maneira didática e tranquila”, explica a presidente Lidejane Oliveira. “Saímos daqui com o sentimento de leveza e com a certeza que somos capazes de realizar nosso objetivo para continuar caminhando e inspirando mulheres em outros territórios”.
Oficina em Imperatriz reuniu os representantes de 22 organizações comunitárias contempladas pelos editais. Foto: Ariel Rocha/ISPN.
Além da capacitação técnica em diferentes aspectos para a gestão dos projetos, as oficinas são uma oportunidade de troca de saberes e experiências entre as organizações. Na ocasião, a equipe do ISPN estimulou a construção de ações colaborativas nos projetos, para garantir o fortalecimento e a sustentabilidade das iniciativas em cada território.
Representantes da AMA Cantão tem como objetivo construir uma cozinha comunitária para as mulheres que vivem das frutas do Cerrado. Foto: Camila Araújo/ISPN.
Apesar de não ser a primeira vez que a Casa Familiar Rural (CFR) de Zé Doca acessa um edital do Fundo Ecos, a monitora da escola, Olga Oliveira, destaca que a oficina é mais um passo para a concretização de um sonho: continuidade da melhoria na infraestrutura da instituição. “A oficina nos dá confiança para executar o projeto e caminhar para realmente atender aquilo que a CFR se propõe a fazer, que é prestar um ensino de educação do campo de qualidade e oferecer oportunidade para os jovens e suas famílias no campo”, explica.
No primeiro dia do evento, a parceria para o financiamento dos projetos ecossociais foi celebrada com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), implementado com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e a empresa Suzano.
“O investimento em iniciativas comunitárias ecossociais é uma das soluções para a gente concretizar objetivos como a justiça social e o equilíbrio ambiental. Afinal, são as iniciativas de base, protagonizadas pelos povos indígenas, pelos povos e comunidades tradicionais e pelos agricultores familiares, que nos mostram como é possível gerar renda ao mesmo tempo que se promove a conservação ambiental. Esses projetos são baseados em soluções locais que contribuem para um debate global sobre adaptação e mitigação das mudanças climáticas”, afirma a assessora técnica e coordenadora do Projeto GEF no ISPN, Terena Castro.
Em Palmas, houve a participação de 11 organizações comunitárias. Foto: Camila Araújo/ISPN.