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Documentário conta a trajetória do projeto Traçando Novos Caminhos para o Bem Viver

O documentário de quase 20 minutos narra a trajetória do projeto “Traçando novos caminhos para o bem viver”, iniciativa executada pelas Guerreiras da Floresta da Terra Indígena Caru (MA), em parceria com a associação Wirazu e o ISPN, com apoio da Rede Comuá. Elaborado num formato que valoriza as narrativas das Guerreiras da Floresta frente às suas ações, o vídeo traz ainda depoimentos de beneficiários/as dos microprojetos, uma modalidade de financiamento de pequenas ações,  relatando como essa iniciativa impactou as suas vidas. O documentário é fruto de uma formação em audiovisual para as comunicadoras indígenas do projeto, que junto com o ISPN e a produtora Coletivo 105, realizaram o registro deste trabalho inovador das Guerreiras da Floresta. O vídeo está disponível no canal do ISPN no Youtube, para ter acesso direto, clique aqui.

Saiba mais sobre o projeto “Traçando novos caminhos para o bem viver”

O projeto “Traçando novos caminhos para o bem viver” nasceu com o intuito de contribuir para a gestão ambiental e proteção territorial da Terra Indígena Caru, por meio do fortalecimento das ações de sensibilização desenvolvidas pelas Guerreiras da Floresta, coletivo formado por mulheres indígenas Guajajara, nos povoados do entorno deste território que sofre constantemente com as invasões dos não indígenas para retirada de madeira, caça e pesca ilegal. Este trabalho de sensibilização é desenvolvido há anos junto com os Guardiões da Floresta, coletivo formado por homens Guajajara que realizam a proteção e o monitoramento do território indígena. A participação das Guerreiras junto aos Guardiões se dá por meio do fortalecimento de uma abordagem, baseada no diálogo e na  compreensão da situação de extrema vulnerabilidade social, política e econômica em que vivem esses povoados. Conforme as indígenas, tal situação poderia ser um dos fatores que desencadeia as invasões ao território indígena. Além de apresentar as culturas e as legislações que garantem os direitos indígenas, as Guerreiras também abordam a importância da conservação ambiental da floresta e dos serviços ecossistêmicos que beneficiam tanto os Guajajara (indígenas) quanto os caraiú (denominação aos não indígenas).

­­­Uma pergunta constante era como ajudar essas pessoas a melhorar a sua qualidade de vida de forma mais concreta? Nesse sentido, as Guerreiras passaram a buscar parcerias para desenvolver projetos que contribuíssem com as atividades produtivas dessas pessoas e ao mesmo tempo colaborassem com a conservação ambiental e os meios de vida dos territórios indígenas. Foi então que surgiu a oportunidade em 2021 a partir de uma chamada da Rede Comuá onde Guerreiras, associação Wirazu e ISPN conseguiram aprovar o projeto “Traçando novos caminhos para o bem viver”. A iniciativa, portanto, teve como objetivo principal ofertar aos povoados não indígenas do entorno da TI Caru, uma pequena linha de financiamento via microprojetos, para desenvolvimento de atividades produtivas como hortas, roças e frutíferas/quintais, reflorestamento/viveiros e criações de animais de pequeno porte. No total foram apoiados 20 famílias por meio da carteira de microprojetos, que foram muito importantes para para incrementar as suas atividades econômicas e segurança alimentar. “Nunca ninguém chegou aqui para nos trazer um projeto como esse, nem os governantes, as Guerreiras chegaram, apresentaram os projetos e nós realizamos tudo com muita vontade de trabalhar, por isso sou muito grato a elas”, contou José de Arimatéia, um dos beneficiários do povoado São João do Caru (MA). 

“Embora o valor seja pequeno, observamos o quanto esses microprojetos fizeram a diferença na vida daquelas famílias, vimos hortas lindas, galinheiros e roças, todas estavam muito satisfeitas. Esperamos que o nosso trabalho também contribuia para que essas pessoas tirem essa visão errada que elas têm a nosso respeito, queremos que elas saibam que temos essa preocupação com o outro, e a partir desse fortalecimento da relação com os povoados, que elas se tornem nossas parceiras na proteção no nosso território”, afirmou Rosilene Guajajara. 

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