Projetos do PPP-ECOS contribuem com agricultores familiares e transformam paisagens do Cerrado em áreas de produção agroecológica; consórcios garantem segurança alimentar dos produtores
46 famílias de agricultores familiares apoiados pelo PPP-ECOS iniciam a colheita do algodão sustentável no noroeste de Minas Gerais. Além do recurso para aquisição de máquinas, insumos orgânicos e preparo da terra, o ISPN também proporciona subsídio técnico para transformar áreas rurais com produção agroecológica. O algodão das comunidades, que irá passar por processo de certificação orgânica, não é o único produto que cresce nas mãos das famílias. O algodão é plantado em consórcios que garantem a segurança alimentar dessas comunidades.
Abóbora, melancia, gergelim, milho e outros alimentos brotam nos quintais dos agricultores beneficiados nesta segunda safra, cuja expectativa é de crescimento em comparação com a safra 2019/2020. Para a Assessora Técnica do ISPN responsável pelo acompanhamento do projeto, Jessica Pedreira, a primeira experiência foi um aprendizado. “Na primeira safra, metade dos produtores tiveram perdas ou desistência. Conseguimos colher 990kg de algodão sustentável. Neste ano, temos certeza de superação desse número. Nossa técnica melhorou, houve preparo com antecedência e mais participantes envolvidos”, comenta.

Que o digam os agricultores das comunidades de Igrejinha e do Projeto de Assentamento Borá, ambas do município de Arinos (MG). Por lá a colheita enche as mãos dos produtores. “Esse ano está bem melhor do que ano passado. Alguns produtores já colheram 200kg [de algodão]”, relata a agricultora Anny Caroliny Pereira Rocha.
O sucesso não veio sem desafios. Anny Caroliny comenta que as comunidades enfrentaram formigas e estresse hídrico por quantidade de chuvas, mas com técnica e conhecimento, alcançaram resultados que surpreenderam. “Alguns produtores já querem ampliar a área para a próxima safra, eles estão muito felizes com o projeto”, celebra Rocha .
Aroldo Mendes Babosa, um dos produtores beneficiados, também demonstra satisfação com o projeto. “Eu planto há 20 anos nessa área, mas nunca tinha feito correção de solo. A terra tem que estar viva para a planta sair bem, por isso que o algodão cresceu desse jeito. O resultado está aí, cresceu tanto que é até difícil de andar por ele”, diz.
O preparo do solo é uma das contribuições do projeto. O resultado positivo pinta de branco-algodão 52 hectares de área e transforma as paisagens do Cerrado em produção agroecológica. A próxima safra começa em outubro, com o preparo do solo, para plantio em dezembro/janeiro. O cultivo irá vestir a população, pois será utilizado especialmente na produção têxtil. O excedente das culturas alimentícias também é destinado à comercialização.

Sobre o Fundo PPP-ECOS
A promoção de Paisagens Produtivas Ecossociais (PPP-ECOS) é a principal estratégia adotada pelo ISPN na busca por um desenvolvimento com equidade social e equilíbrio ambiental. Para viabilizar esta estratégia, o Instituto gere um Fundo independente que capta e destina recursos a projetos de organizações comunitárias que atuam pela conservação ambiental por meio do uso sustentável dos recursos naturais, gerando benefícios econômicos e sociais. Hoje, a carteira de financiadores do Fundo PPP-ECOS conta com o Fundo Mundial para o Meio Ambiente (GEF), a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), Fundo Amazônia/BNDES, Laudes Foundation, União Europeia e Ministério do Meio Ambiente, Proteção da Natureza e Segurança Nuclear da Alemanha (BMU).
(Fotos: Anny Caroliny/Dona Aparecida)