Dona Fátima faz da apicultura sua lida, das abelhas uma paixão e do mel alimento que gera renda. Foto: Daniel Ferreira / Acervo ISPN

Dona Fátima faz da apicultura sua lida, das abelhas uma paixão e do mel alimento que gera renda. Foto: Daniel Ferreira / Acervo ISPN

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Apicultura Sustentável: um modelo solidário de conservação da natureza

Projeto de 14 famílias rurais do município de Amapá do Maranhão é exemplo de sucesso no trabalho com abelhas e na produção de mel 

A união de forças está transformando a vida de várias comunidades rurais no município Amapá do Maranhão, interior do Maranhão, localizado a 120 km da capital São Luís. 

Por meio do projeto “Apicultura Sustentável: um modelo solidário de conservação da natureza”, da Associação de Apicultores do Amapá do Maranhão, a AAPAMA, 14 famílias agora contam com estrutura, equipamentos apícolas, insumos, uma sede para a associação e melhores condições de comercialização de seus produtos.

O trabalho com as abelhas inclui também a produção de outros alimentos diversificados e saudáveis em hortas e quintais produtivos. Dessa forma, além da geração de trabalho e renda, da conservação dos recursos naturais do bioma Amazônia, a iniciativa promove a segurança alimentar e nutricional entre as famílias envolvidas no projeto.

“O recurso do projeto associado ao esforço dos jovens conseguiu resolver um problema concreto, identificado e priorizado pelos apicultores – a necessidade de uma estrutura coletiva de armazenagem e o fomento produtivo direto. Esse trabalho potencializou a produção e a renda gerada pela atividade sustentável”, explica Silvana Bastos, assessora técnica do ISPN que acompanhou o trabalho da AAPAMA. 

Com investimento de R$ 180 mil, sendo R$ 30 mil de contrapartida da comunidade em assessoria técnica, a associação, além de construir a própria sede, adquiriu 200 caixas para apiários, 120 tonéis para armazenamento do mel, quatro centrífugas e kits de equipamentos de proteção.

Raimundo do Carmo, presidente da associação, usou os termos “força do trabalho coletivo” e “potência do trabalhador rural” para descrever a conquista do grupo, acrescentando que o apoio do ISPN está fortalecendo a cadeia do mel e a agricultura familiar no município. 

A iniciativa, executada num período de 30 meses, contou com apoio financeiro do Fundo Amazônia, por meio do ISPN e de sua estratégia de Promoção das Paisagens Produtivas Ecossociais (PPP-ECOS). 

Maria de Fátima Almeida Sousa, ou dona Fátima, como é conhecida na região, é uma das beneficiárias do projeto. Ela faz da apicultura sua lida, das abelhas uma paixão e do mel alimento que gera renda. A tesoureira da AAPAMA conta que o sonho de trabalhar e cuidar de abelhas vem desde criança. 

“Acho muito bonito a relação e o cuidado das abelhas com a natureza”, destaca, lembrando que as abelhas têm função importante, além de conservar, também produzem mel que é “alimento e cura para muita gente”. 

Ela conta com 35 colmeias de três espécies de abelha diferentes, cultivadas em consórcio com a mandioca, o milho, o feijão, a vinagreira e o açaí, numa área de 35 hectares. “Trabalhar na apicultura para mim é mais do que um ofício, é um esporte, um lazer.”

A apicultura tem se tornado uma atividade rentável para o grupo de produtores. No ano anterior, em 2022, a associação produziu quase uma tonelada de mel. O valor do quilo chegou a R$ 9. Cada apicultor fatura anualmente, em média, de R$ 4 mil a R$ 6 mil. A safra acontece entre agosto e outubro de cada ano. 

Associação de Apicultores do Amapá do Maranhão (AAPAMA). Foto: Ramon Oliveira/Reprodução

Paisagem produtiva ecossocial 

A iniciativa da AAPAMA é mais uma experiência ecossocial exitosa, implementada por meio do Fundo PPP-ECOS, com recursos financeiros do Fundo Amazônia. 

Fruto da estratégia institucional do ISPN cujo objetivo é a Promoção de Paisagens Produtivas Ecossociais, o projeto de Apicultura Sustentável compõem a paisagem o bioma Amazônia, integrando as comunidades rurais de Amapá do Maranhão. 

O caráter produtivo da ação se expressa na produção de mel e seus derivados, além de alimentos diversificados da agricultura familiar.

Fechando a tríade que define a estratégia PPP-ECOS, o caráter ecossocial se reflete na participação das famílias envolvidas nos projetos realizados pelas organizações comunitárias locais – uma instância coletiva de tomada de decisões. 

O ISPN atua pela conservação dos biomas há mais de 33 anos, período em que essa e outras tantas histórias reafirmam o conceito de paisagem produtiva ecossocial como foco da estratégia PPP-ECOS. 

Quer saber mais? Acesse “Experiências Ecossociais” no site e siga acompanhando os conteúdos. 

* Este material foi produzido no âmbito 3º ECOS da Amazônia, um encontro a ser realizado em Brasília-DF nos dias 24, 25 e 26 de outubro, que marca o encerramento de mais uma etapa de projetos executados pelo Fundo PPP-ECOS, apoiados pelo Fundo Amazônia.

Texto por Camila Araujo/Assessoria de Comunicação ISPN

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