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Mulheres guardiãs das águas do Cerrado são tema da nova temporada do podcast Canto da Coruja Comunidade

Sétima temporada do podcast do ISPN traz histórias de resistência, ancestralidade e ativismo das participantes da formação Cerrativismo – Mulheres das Águas

A resiliência do Cerrado se traduz na força de suas guardiãs. É com essa inspiração que o ISPN lança a 7ª temporada do podcast Canto da Coruja Comunidade, dedicada às mulheres cerratenses que participaram da formação Cerrativismo – Mulheres das Águas.

A nova temporada chega num momento crucial, com o Brasil prestes a sediar a COP30, que começa na próxima semana, em Belém (PA). Ao amplificar as vozes das mulheres cerratenses, o ISPN antecipa um dos debates centrais na conferência: o papel das comunidades tradicionais e das mulheres na proteção dos biomas e no enfrentamento da crise climática. A série reforça ainda a urgência de olhar além da Amazônia e reconhecer o Cerrado como bioma essencial para a segurança hídrica e climática do país.

Para tanto, esta edição do Canto da Coruja mergulha em histórias de vida e luta de mulheres indígenas, quilombolas e camponesas, que atuam como defensoras do bioma e da vida comunitária. São relatos que unem amor à terra, às águas e às famílias, e revelam como o ativismo floresce no gesto de transformar indignação em ação.

“Eu digo assim, que mulher tem que estar no lugar que ela quiser. E às vezes nós entendemos mais do que os homens, como a natureza é bela. Como o Cerrado é importante para todos, para nossos filhos, nossa família e para o futuro”, afirmou Maria José, de Balsas, município no sul do Maranhão.

“Ser ativista no Cerrado, ser uma mulher cerrativista, é escolher não assistir à história de braços cruzados”, resume a apresentadora Mara Régia, ícone do rádio brasileiro e voz condutora da série.

Cerrativismo – Mulheres das Águas: ativismo e incidência política

Cerrativistas levam as vozes do Cerrado para a Marcha das Mulheres Indígenas. Foto: Camila Araújo/Acervo ISPN

A formação Cerrativismo é um processo formativo criado pelo ISPN em 2019, voltado ao fortalecimento do ativismo e da incidência política no Cerrado. Em 2025 o programa reuniu lideranças femininas de seis paisagens estratégicas: Alto Jequitinhonha (MG), sul do Maranhão, oeste da Bahia, territórios Guarani-Kaiowá (MS), território Kalunga (GO) e sul do Piauí. Saiba mais aqui.

Durante a formação, realizada em três módulos entre junho e outubro deste ano, em Brasília (DF), as participantes trocaram experiências, discutiram políticas públicas e fortaleceram redes de mobilização em defesa do bioma. Foi nesse contexto que nasceu o lema que marca a série: “O que a mulher quer é o Cerrado em pé.” Durante as gravações, as mulheres também visitaram o Congresso Nacional e participaram da 4a Marcha das Mulheres Indígenas.

Cinco episódios, muitas vozes potentes

As cerrativistas Usleane (à esquerda) e Raimunda (à direita) com a jornalista Mara Régia. Foto: Camila Araújo/Acervo ISPN

Gravada em Brasília em agosto, durante o segundo módulo da formação, a nova temporada reúne relatos emocionantes e inspiradores. Leia abaixo um resumo dos episódios.

  • Episódio 1 – “Mulheres das Águas”
    Traz o encontro de Mara Régia com as participantes e apresenta vozes como Alciléia Conceição, Raimunda Ribeiro, Maria de Lourdes, Ítala Nayane, Derismar Pereira, Neltinha Oliveira, Francisca Raimunda, Juliana Silva e Lileia Almeida, que compartilham histórias de resistência, maternidade e ativismo ambiental. Acesse aqui o primeiro episódio.
  • Episódio 2 – “Ancestralidade, saberes das mulheres e projetos de valorização”
    Com Lileia Pedro de Almeida (Guarani Kaiowá – MS) e Alciléia Conceição (Quilombo Kalunga – GO), o episódio fala do amor pelo plantio, da defesa da natureza e do projeto Frutos da Sociobiodiversidade Kalunga, que fortalece a economia comunitária. O episódio será publicado no dia 25/11/2025 no Spotify.
  • Episódio 3 – “Formação de lideranças e transformação da vida de mulheres”
    Apresenta Maria de Lourdes (PI) e Raimunda Ribeiro (MA), que enfrentam o avanço do agronegócio e a grilagem, mantendo viva a luta pela terra e pela educação comunitária. O episódio será publicado no dia 02/12/2025 no Spotify.
  • Episódio 4 – “Devastação, ameaças e mulheres no enfrentamento”
    As histórias de Juliana Silva (BA) e Maria José Lima da Silva (MA) mostram a coragem de mulheres que resistem à destruição ambiental e mantêm viva a tradição do plantio e dos frutos nativos do Cerrado. O episódio será publicado no dia 09/12/2025 no Spotify.
  • Episódio 5 – “Luta pela terra, diversidade da roça e alegria das mulheres”
    Fecha a temporada com Neltinha (MG), Derismar (PI) e Ítala (BA), que falam sobre agroecologia, fartura, educação do campo e a alegria que sustenta a resistência no Cerrado. O episódio será publicado no dia 16/12/2025 no Spotify.

A 7ª temporada do Canto da Coruja Comunidade, edição Mulheres das Águas foi feita pela produtora Vem de Áudio e contou com a produção de Carol Fasolo, Naiara Bertoli, Letícia Leite, Camila Barra, Isabel Figueiredo, Andreza Baré e Camila Araújo. A apresentação é de Mara Régia. O roteiro e a edição são de Caio Santos. A realização do podcast é do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), com apoio do CEPF.

Autoria: Andreza Baré / Assessoria de Comunicação ISPN

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