Um projeto liderado por mulheres quebradeiras de coco babaçu, com sede na comunidade Sumaúma, em Vitória do Mearim (MA), gera renda a partir da biodiversidade local, qualidade de vida e segurança alimentar para famílias da região, obtendo um resultado de grande significado: o engajamento da juventude.
É o que afirma a quebradeira de coco babaçu Luana da Cruz Corrêa. Para ela, além da parte material, o projeto colabora para o envolvimento da juventude com o território, ou seja, para a sucessão geracional, o que “dá uma alavancada na comunidade e renova nossas esperanças”. Para ela, esse foi um dos grandes resultados da oficina de foto e vídeo para filhos e filhas das quebradeiras realizada com apoio do projeto.
Apoiado pelo Fundo PPP-ECOS e com financiamento do Fundo Amazônia, o “Amêndoas do babaçu: mais qualidade de vida, renda e organização das quebradeiras de Sumaúma” agora têm uma estufa coletiva, tela para secagem das amêndoas e um paiol coletivo – um local de armazenamento que permite a formação de estoques da castanha durante o inverno, tão importante no período das chuvas, quando a umidade na região é mais abundante.
Por esse motivo, ele é considerado um exemplo de projeto ecossocial: “é liderado por mulheres que buscam melhorar a qualidade de vida de seus filhos e de suas comunidades”, destaca Juliana Napolitano, assessora técnica do ISPN que acompanhou a execução do “Amêndoas do babaçu…”
Felipe Bennitz, do Mandu Social, que representa a iniciativa junto ao Fundo, destaca que a parceria com o PPP-ECOS é bastante proveitosa já que, além do apoio financeiro, há outros processos envolvidos, como o fortalecimento e a formalização da articulação das quebradeiras.
Elas, por sua vez, fazem parte da Rede Mulheres do Maranhão, um encadeamento produtivo que alimenta com amêndoas do coco babaçu quatro agroindústrias para a produção de óleo e azeite de babaçu.
É o que explica Solange Machado, que coordena a iniciativa. “Um dos resultados até o momento é o aumento do valor pago pelos compradores já que agora temos uma estufa para secar as amêndoas, o que garante melhor qualidade ao produto”, explica, acrescentando que o bom armazenamento aumenta a vida útil do coco babaçu.
Ainda de acordo com Solange, o projeto PPP-ECOS vem para potencializar um trabalho que já estava sendo realizado no território.
O componente da segurança alimentar está na geração de renda. Com a possibilidade de agregar mais valor e de vender em maior quantidade, as quebradeiras conseguem melhorar sua qualidade de vida e de suas comunidades.
Paisagem produtiva ecossocial
A iniciativa da Rede Mulheres Maranhão é mais uma experiência ecossocial exitosa, implementada com apoio do Fundo PPP-ECOS, com recursos financeiros do Fundo Amazônia.
Por meio da estratégia institucional do ISPN para Promoção de Paisagens Produtivas Ecossociais, o projeto compõe a paisagem do bioma Amazônia, integrando as comunidades rurais de Sumaúma, Japão e Arroz, no município de Vitória do Mearim, Maranhão.
O caráter produtivo da ação se expressa na coleta, quebra e no beneficiamento do coco babaçu, para a produção de azeite, óleo, mesocarpo, em maior quantidade e diversidade.
Já o componente ecossocial se reflete na participação e liderança de mulheres quebradeiras de coco, juntos de seus filhos e filhas, envoltos em suas comunidades.
O ISPN atua pela conservação dos biomas há mais de 33 anos, período em que essa e outras tantas histórias reafirmam o conceito de paisagem produtiva ecossocial como foco da estratégia PPP-ECOS.
Quer saber mais? Acesse “Experiências Ecossociais” no site e siga acompanhando os conteúdos.
* Este material foi produzido no âmbito 3º ECOS da Amazônia, um encontro em Brasília-DF que será realizado nos dias 24, 25 e 26 de outubro, que marca o encerramento de mais uma etapa de projetos PPP-ECOS apoiados pelo Fundo Amazônia.
Texto por Camila Araujo/Assessoria de Comunicação ISPN.