Jovens no IV Fórum de Parcerias do Programa Vozes pela Ação Climática Justa (VAC), em São Luís (MA). Brena Cezario (segunda de pé, da esquerda para a direita) representou a Coalizão Vozes do Tocantins.

Jovens no IV Fórum de Parcerias do Programa Vozes pela Ação Climática Justa (VAC), em São Luís (MA). Brena Cezario (segunda de pé, da esquerda para a direita) representou a Coalizão Vozes do Tocantins.

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Coalizão Vozes do Tocantins compartilha experiências de enfrentamento à mudança do clima

IV Fórum de Parcerias do Programa Vozes pela Ação Climática Justa (VAC) reuniu 13 coalizões brasileiras e internacionais para discutir os desafios da justiça climática em São Luís (MA) 

A iniciativa para o enfrentamento à mudança climática Vozes do Tocantins reuniu-se com outras 13 coalizões brasileiras, além de representantes da Bolívia, Uganda, África do Sul e Paraguai, para debater experiências, conquistas e desafios da justiça climática, apoiadas pelo Programa Vozes pela Ação Climática Justa (VAC), de 26 a 30 de setembro, em São Luís do Maranhão.

A Coalizão Vozes do Tocantins foi representada pelos membros do conselho Ricardo Murakami, da Associação Pyka Mex (Apinajé), Silvana Bastos, assessora técnica do ISPN, e Brena Cezario, jovem quilombola e estudante da Universidade Federal do Tocantins.

Membros do conselho do Vozes do Tocantins: Brena Cezario, Ricardo Murakami e Silvana Bastos. Foto: Divulgação / Vozes do Tocantins

Além de debater as ações de formação e mobilização de jovens e mulheres, redes de comunicação e influência em políticas públicas, realizadas pelas organizações no último ano, o evento também discutiu as alianças globais necessárias para avançar nas ações práticas para a justiça climática no sul global. 

Ou seja, discutiram-se estratégias de adaptação e mitigação que garantam condições de vida com dignidade para todos, principalmente para as comunidades que, mesmo não contribuindo com as causas da mudança climática, são as mais impactadas, a exemplo dos povos e comunidades tradicionais e agricultores familiares. 

A assessora técnica do ISPN Silvana Bastos destacou um tema chave. “Um dos temas tratados nesse encontro foi o financiamento climático: ressaltamos a urgência dos recursos acordados nas conferências internacionais chegarem de fato às populações e comunidades vulnerabilizadas pelas mudanças climáticas, como é o caso dos povos e comunidades tradicionais. Outro aspecto é o recurso ser investido de forma adequada, com finalidades e regras de financiamento compatíveis com as realidades locais”, disse ela.

“Somente assim poderemos avançar na promoção da justiça no sul global, ao invés de mais injustiça”, frisou Silvana Bastos do ISPN.

Já a jovem Brena Cezario disse que o intuito principal do curso de formação de jovens foi espalhar as vozes do Tocantins por justiça climática. “Estou representando aqui em São Luís e outros colegas vão representando em outros lugares”, relatou ela, referindo-se à participação dos jovens em eventos como o X Encontro e Feira dos Povos do Cerrado, realizado neste mês, em Brasília, e a COP 28, que acontece em novembro em Dubai, e que contará com dois representantes da Coalizão.

Fórum teve cinco dias de trocas de saberes, debates e aprendizados entre os jovens pela justiça climática. Foto: Brena Cezario

Curso de Formação de Jovens

O Curso de Formação de Jovens em Comunicação e Justiça Climática foi um dos principais eixos de atuação da Coalizão Vozes do Tocantins em 2023. A formação capacitou 28 dos 30 jovens indicados pelas organizações que integram a Coalizão, com conteúdos importantes para a compreensão dos desafios das mudanças climáticas e da promoção da justiça, como a comunicação, incidência em políticas públicas, liderança e desenvolvimento pessoal. A capacitação teve início no mês de março e chegou ao fim em agosto deste ano, espalhando agora seus frutos: jovens e suas vozes. Confira a notícia aqui.

Vozes pela Ação Climática Justa

O programa Vozes pela Ação Climática Justa atua em sete países do hemisfério sul e tem como objetivo estratégico contribuir para que os diversos grupos e setores da sociedade civil local assumam um papel central como inovadores, facilitadores e defensores das soluções climáticas.

O programa aborda a perspectiva da justiça climática, ou seja, o entendimento de que a mudança climática não é apenas um problema ambiental a ser abordado, mas também um desafio social com aspectos éticos e de direitos humanos. No Brasil, o programa conta com apoio da Fundación Avina, WWF-Brasil, Hivos e SSN.

Vozes do Tocantins

A Coalizão é composta pelas organizações: Associação da Comunidade Remanescente de Quilombo Kalunga do Mimoso – Arraias (AKMT), Associação Centro Cultural Kàjre (povo Krahô), Associação Pyka Mex (povo Apinajé), Colônia de Pescadores/as de Araguacema-TO (Copesca), Cooperativa de Trabalho, Prestação de Serviços Assistência Técnica e Extensão Rural (Coopter), Escola Família Agrícola Bico do Papagaio Padre Josimo (EFABIP – Esperantina), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST/TO), Associação Onça D´água de Apoio às Unidades de Conservação, Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Comunitários da Universidade Federal do Tocantins (UFT), curso de Turismo Patrimonial e Socioambiental da Universidade Federal do Tocantins – Campus Arraias, Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN) e Núcleo de Estudos Rurais, Desigualdades e Sistemas Sociológicos (Neruds).

 

Texto: Sarah Tamioso / Ascom Vozes do Tocantins

Edição: Letícia Verdi / Ascom ISPN

 

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