No último dia 12 de novembro, a Quebradeira de Coco Babaçu, Maria José Rodrigues, e seu filho, identificado como José do Carmo Corrêa Júnior, foram assassinados enquanto exerciam suas atividades de quebra do coco. O crime ocorreu em propriedade de pessoa identificada como Cazuza. O Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB) se manifestou denunciando o abandono sofrido pelas quebradeiras de coco no Maranhão.
Essas mulheres de práticas e saberes tradicionais precisam arriscar suas vidas para exercerem a coleta do coco, atividade tradicional que garante seu sustento e reprodução do modo de vida. Além de ignorado pelas instâncias públicas, o papel cultural, social e ambiental desses grupos para o país é ameaçado diariamente.
O ISPN se coloca ao lado da luta das Quebradeiras de Coco Babaçu e também cobra do governo do estado do Maranhão investigação, por meio da polícia civil, para averiguar as circunstâncias dessas mortes, assim como ação do Ministério Público e do Judiciário na responsabilização devida pelos crimes contra a vida humana e contra a natureza que se mostram presentes nos fatos. A organização apoia ainda as Quebradeiras em sua exigência por medidas urgentes de garantia do seu modo de vida tradicional em todo estado para enfrentar crimes de tal gravidade e garantir a vida dessas mulheres que são símbolo de resistência para o Brasil.
Leia a manifestação completa do MIQCB:
O Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu vem manifestar seu mais profundo pesar pelo falecimento de Maria José Rodrigues, e seu filho, identificado como José do Carmo Corrêa Júnior, de 38 anos, na tarde do dia 12 de novembro , na comunidade Boa Esperança, município de Penalva.
Maria José e Jose do Carmo coletavam e quebravam coco quando tiveram suas vidas ceifadas em propriedade de pessoa de apelido Cazuza.
Denunciamos neste ato o abandono que as quebradeiras de coco se encontram no estado do Maranhão, precisando arriscar suas vida para praticar a mais básica das atividade para seu sustento e reprodução do modo de vida tradicional que são a coleta e quebra de coco.
Exigimos do Governo do Estado do Maranhão rápida e efetiva investigação,através da polícia civil, para averiguar as circunstâncias das mortes da quebradeira de coco e seu filho, assim como ação exemplar do Ministério Público e do Judiciário na responsabilização devida pelos crimes contra a vida humana e contra a natureza que se mostram presentes nos fatos.
Exigimos ainda medidas urgentes de garantia do modo de vida tradicional das quebradeiras de coco babaçu em todo estado, para que crimes de tal gravidade não se repitam.
Babaçu Livre, Território Livre!
Nenhuma quebradeira a menos!
São Luís, 13 de novembro de 2021
MIQCB